quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA: REFLEXÕES E DESAFIOS

 Gilson Silva de Lima – gslima.lima@gmail.com

 

RESUMO

A Educação Contemporânea necessita imediatamente de uma profunda mudança, e, toda a sociedade brasileira deve discutir e meditar sobre tal possibilidade. O trabalho apresenta reflexões contextualizadas e apoia a sugestão de novas ideias criativas. Na análise efetuada a partir de alguns livros, revistas, manuais e sites da Internet, escolhidos cuidadosamente, confirmado que a maioria faz referência à tão sonhada transformação em aprender, saber, fazer e educar, mas sem conseguir expor ideias brilhantes na prática educacional do dia-a-dia. Consequentemente, a falta da prática é que está arruinando o Sistema Nacional de Educação Básica.

Palavras-chave: Educação contemporânea. Mudança. Educação de qualidade. Todos.

 

CONTEMPORARY EDUCATION: REFLECTIONS AND CHALLENGES

ABSTRACT

The Contemporary Education needs a radical change immediately, and all of Brazilian society to discuss and ponder the possibility. The paper presents contextualized reflections and supports the suggestion of new creative ideas. In the analysis performed from some books, magazines, manuals and websites, carefully chosen, confirmed that the majority refers to the long awaited transformation in learning, knowing, doing and educating, but unable to expose bright ideas in educational practice of the day to day. Consequently, the lack of practice that is ruining the National System of Basic Education.

Keywords:  Contemporary education. Changing. Quality education. Everyone.

 

1 INTRODUÇÃO

 

        Depende do empenho de todos para tornar a educação de nosso país cada vez mais excelente, As classes de professores, representantes, entidades, empresários, pais e governantes precisam definir, aprender e saber fazer educação de qualidade. Analisar as responsabilidades assumidas é dever de toda a comunidade em geral, para que assim, possa aplicar reflexões e vencer desafios transformando o Sistema Educacional por completo. Pois, só entendendo o que cada um sente, pensa e quer é que faremos educação qualitativa e democrática de verdade.

 

2  A NECESSIDADE DE UM NOVO SISTEMA EDUCACIONAL

 

         Muitos anseiam por um novo Sistema educacional diferente e competente. A Coneb [1]concorda e mostra com clareza como deve ser todo o processo.

A educação básica se concretiza por meio da proposição de políticas, programas, ações e estratégias articuladas ou não pelos diferentes entes federados. Compreender tal processo e buscar a construção de novas bases para a sua organização, proposição e materialidade, em nível nacional, tendo em vista a garantia da qualidade social da educação, implica avançar na consolidação de instâncias de participação e deliberação coletivas, envolvendo a sociedade brasileira.  (CONEB, 2008, p. 3)

        Envolver a sociedade brasileira gera uma educação democrática, opinativa e analisada em várias visões e grupos de pessoas que não são educadores, mas, têm excelentes ideias para a educação atual. Pois, vale lembrar: não são sós os educadores que educam; os responsáveis pelos de menores também têm que contribuírem.

 

3 OS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO PÚBLICO

 

        Observadas atentamente veremos que são tantos os problemas educacionais e políticos que estão destruindo as escolas, principalmente as públicas.

O problema está fundamentado num sistema econômico ideológico que, ironicamente, a própria escola contribui para se propagar. Seu projeto pedagógico não tem uma análise social do homem na sociedade em que vive. Mas sim, a ação humana sobre ou sob a sociedade produtiva. No setor educacional não parece novidade o que o governo vem fazendo com a educação pública. Alega insistentemente que a escola pública está ruim e que seus trabalhadores precisam de formação adequada. Por outro lado, são mínimos os salários desses profissionais. Outra característica neoliberal na educação são as chamadas “ajudas” às famílias para que mantenham os filhos na escola. O Estado deveria sim, está promovendo políticas públicas de geração de emprego e qualidade de vida da população. Ao contrário, submete a população excluída à manutenção da exclusão, e mais, fortalece os ideários da privatização da educação. (Prada, 2008, p.4)

        Conforme Pietrocola (2008 p. 2), a educação está enfrentando sérias dificuldades “os estabelecimentos de ensino não apresentam qualidade e sua ação pedagógica e gestão administrativa se caracterizam pela improdutividade”. Exatamente por isso que a mesma deve buscar novos rumos, é preciso agir com inteligência e motivação. Os desafios a serem enfrentados são grandes, precisa-se de compreensão e discernimento do que será bom ou ruim numa nova educação. É necessário um novo Sistema de Educação Básica, mas também refletir e buscar tal mudança com conhecimento e sabedoria para não cometer os mesmos erros do passado e do presente atual em que estamos vivendo.

 

4 OS GRANDES DESAFIOS   

4.1 Meditar antes de agir

 

        Primeiramente antes de criticarmos a educação, devemos analisar[2] o que estamos fazendo para melhorar-la seja nas escolas, no nosso lar, numa conversa com crianças etc. Afinal ela está presente em todos os locais que freqüentamos.

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. (BRANDÃO, 1986, p.07)

        Exatamente porque todos nós envolvemos pedaços da vida com a educação é que devemos refletir[3] bastante sobre nossas ações e atitudes em relação à mesma tanto na parte de ensinar como também saber ouvir. Pois, sem reflexões, sem capacidade de mover e transformar o que está ao nosso redor.

Sabemos que,enquanto sujeitos sociais, só poderemos avançar em qualquer campo de nossas vidas e nos desenvolvermos enquanto seres humanos quando exercermos nossas capacidades de reflexão. Esta capacidade de refletir, nos auxilia para o aprimoramento e desenvolvimento de nossas competências e habi8lidades de pensar e de saber, de saber e de fazer e de pensar o saber fazer e fazer pensar. Pensar criticamente sobre nossas ações e condutas cotidianas na escola possibilita ampliarmos nosso campo de visão e buscarmos a construção de novas visões, que transcendam os limites da tradição e que ousem a construção de novas formas de ser e está atuando em educação, seja esta a educação na escola, na família ou nos diferentes espaços sociais onde interagirmos. (ABREU,2008.p.03)   

 

4.2 A modernidade deve ser estudada

 

        Uma pergunta que deve ser feita por todos os educadores em geral (pais, professores e responsáveis legais): será que os nossos filhos ou alunos estão aprendendo o que tentamos transmitir para eles ou estão aprendendo o que a modernidade[4] ensina? Será que dão valor aos seus tutores ou a mídia[5] em geral? Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006, p. 360)

        A conseqüência é que o ser humano se vê afastado do seu centro, isto é, da sua dimensão autônoma (crítica e reflexiva), e incapaz de gerir seu próprio destino. Dá-se também o enfraquecimento dos laços de uma desejável intersubjetividade, marcada pela solidariedade e cooperação, já que nessa ordem empobrecida da universalização da razão instrumental predominam o egoísmo, a competição e a exploração.      

        A humanidade é capaz de não ser crítica, não refletir e está instalada num mundo capitalista, cujo prega o egoísmo, a competição e a exploração como forma de sobrevivência. O que podemos então esperar das crianças e dos adolescentes que observam os adultos como modelo. E por falar em modelo, através das televisões, internet a mídia tem cada vez mais crescida. Mas, vale lembrar que o que é exposto para o público infantil, jovem e adolescente; pode ser certo ou errado. E, a maioria das vezes é o errado. Fazendo com que o mesmo valorize mais a modernidade, a mídia em geral, acumulando assim o gostar-por-gostar e não dando muito valor a educação que lhe é ensinada, por que talvez um filme ou uma novela o ensinou algo novo mais valorizado pelo o mesmo.

 

4.3 A modernidade e suas consequências

 

        Já que a modernidade serve de referência para as crianças, os jovens e os adolescentes então podem perceber que não é nada fácil fazer educação com tantos desenhos, novelas, filmes violentos e certos tipos de programas que influenciam[6] os estudantes, vários na escola como também fora dela. Por outro lado, não podemos desistir, afinal são em momentos difíceis que surgem as grandes ideias. E elas poderão mudar o rumo da educação pra sempre; mas pra isso e preciso que se instale em contra preposição aos ensinamentos da mídia.

 

4.3.1 Transformar a mente de educando

 

       Por isso, que todos em geral têm que fazer educação para o bem e não para o mal. O que deve ser feito? Primeiro criar uma forma de mostrar aos responsáveis dos educando que eles também têm que contribuírem e muito. Deverão estar atento ao mundo, a modernidade e a mídia e verem que os seus filhos, netos sobrinhos e alunos e etc... Estão aprendendo no dia- a- dia, para assim orientarem os mesmos sobre os certos ou errados. 

       Os professores têm que estarem tentando fazer seus educando enxergarem outro mundo através das indicações de excelentes leituras, pois, “os livros não transformam o mundo. Os livros transformam as pessoas, e as pessoas é que transforma o mundo.” (VARGAS, 2008,p. 07 apud QUITANA) Se são as pessoas que transformam o mundo, então vamos transformar nossa educação, como? Cada um fazendo a sua parte; o que realmente deve ser feito.

 

5 OS POLÍTICOS

              

       Precisam ouvir opiniões de quem entende e trabalha na área educacional e não agirem segundo suas ideias, pensando que só virá o bem, pois, o que acaba acontecendo é o empobrecimento da educação. E só que perde são os estudantes que estão iniciando uma jornada seqüencia; a onde não se pode errar no começo de uma série letiva; porque o erro deixa coisas importantes fora da aprendizagem dos mesmos.

Essa política antiga[7] deve tomar nova[8] postura e ouvir pensamentos diferentes não são sós porque o ser humano que está ensinado é um simples professor que não merece ser ouvido, ele é que tem que ser ouvido.  Pois, já tem um vasto [9]conhecimento no setor em que atua; mais do que nunca é reafirmado que só haverá mudança se houver união das comunidades, empresários, professores, entidades, pais e governantes. Assim, poderemos traçar planos e mudar o que parece impossível em nossos dias: trabalho infantil, violência, conscientizar e transformar jovens e os adolescentes; fazendo com que não se envolva com drogas. Mas para isso é preciso sejamos modelos e os exemplos vêm de cima, afinal, é a mídia que mexe com a cabeça do público jovem e adolescente em geral.

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

       Vale lembrar, que a educação necessita de um novo Sistema Educacional, o qual só se realizará por meio de coletividade de toda sociedade brasileira envolvida. Assim, cada um fazendo a sua parte, acabará a confusão de uns jogarem a culpa em outros: hora culpados são os professores, hora são os governantes ou os pais que não comparecem em reuniões educacionais. Em verdade, a culpa é de todos nós, que somos egoístas por causa de um sistema chamado de capitalismo, colocamos o dinheiro em primeiro lugar, e não levamos coisas tão importantes a sério.

        Mas, na hora em que todos perceberem que têm que fazerem alguma coisa para melhorar a educação: que os governantes precisam ouvir quem está numa sala de aula educando; um representante estudantil colaborar dizendo qual a necessidade do grupo, que a mídia aprender a pensar melhor antes de transmitir o errado e que os pais aprenderem acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos; enfim: no dia em que todos nós descobrirmos o poder que a palavra união tem. O Brasil estará preparado para vencer desafios e surgirá um novo Sistema da Educação Básica capaz de ensinar o que realmente significa educação.

 

REFERÊNCIAS

 

CONEB, Conferência nacional da educação básica: documento final. Brasília: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008.

PRADA, Lenir Rosa André. Educação contemporânea: ato político ou econômico. Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia.

PIETROCOLA, Mauricio. A educação científica e os desafios da sociedade atual. São Paulo, 2008.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1986.

ABREU, ET AL. Revista científica eletrônica de pedagogia. Periódicos Semestral,

ano VI, n. 11, 2008. Disponível em: <http://www.revista.inf.br> Acesso em: 10 nov. 2009.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da Pedagogia. São Paulo: Moderna,

2006.

VARGAS, Mundo jovem. São Paulo, 2008


[1] Coneb: conferência nacional de educação básica.

[2] Analisar: observar com cuidado e atenção.

[3] Refletir: pensar bem, com cuidado e cautela antes de agir.

[4] Modernidade: dos tempos atuais ou mais recentes.

[5] Mídia: conjunto dos meios de informação e de comunicação, em especial a televisão.

[6] Influenciam: predomínio sobre o público estudantil.

[7] Antiga: que existe a muito tempo.

[8] Nova: recente voltada para a necessidade da educação básica.

[9] Vasto: que tem grande experiência na área profissional.

 

É preciso valorizar mais.

 Gilson Silva de Lima

 

O mundo é mesmo muito complexo. As ideias para virar sonhos existem todo um processo burocrático e muito dificultoso. Dificuldade que aumenta ainda mais quando entra em campo o fator competitividade. E outros meios discriminatórios, críticos e julgadores. É com essa visão anterior que inicio a seguinte reflexão: porque não damos o devido valor às coisas que estão ao nosso redor? Ou seja, as oportunidades que aparecem em nossas vidas?

Comecei a meditar sobre esse assunto desde um ocorrido em minha vida. Sempre me questionei muito do imenso obstáculo que é sobreviver da escrita em tempos digitais. Ser um escritor em tempos atuais não é tarefa fácil. Pensando nisso outro dia, pesquisei sobre concursos literários. Na esperança de encontrar um que pudesse ser gratuito. Passei horas e horas à frente da tela do computador e nada de encontrar.

Finalmente, depois de uma árdua pesquisa, encontrei alguns concursos de literatura nacionais com inscrições gratuitas, porém, o autor se selecionado fosse, estaria obrigado a adquirir certa quantidade de livros da antologia por um preço x. Então, resolvi ir mais longe à busca por concursos totalmente grátis. Sem nenhuma despesa para o candidato participante. Depois de algum tempo a mais, finalmente havia encontrado o que tanto eu procurava.

O único problema, é que não era no Brasil. Todos eram em países estrangeiros. E constava no regulamento dos concursos, tudo que de fato eu queria. Inscrição e publicação das obras selecionadas grátis. Porém, me deparei com outro impedimento, o custo do frete era muito alto. As editoras não iriam cobrir as despesas postais. Esse requisito teria que ser bancado pelo autor selecionado. Mais uma vez pensei: nossa como o trem é difícil! Bota difícil nisso!

Vou partir para outro tipo de pesquisa. Agora vou procurar sobre prêmios literários. E realmente fui. Horas e mais horas de novo pesquisando pra chegar à mesma conclusão anterior: de qualquer jeito, eu sou obrigado a pagar por alguma coisa. É aquele velho ditado: “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.” Diante da situação, fiquei naquele dia um pouco triste, indignado, revoltado e indiferente. Resumindo: sentindo-me um monte de coisa que posso denominar de baixa estima ou motivação.

Toda vez que eu pensava: pra mim ser um escritor reconhecido, eu tenho que desembolsar dinheiro pra publicar uma obra em alguma antologia em algum lugar. Já pensou ter que pagar para trabalhar! Já basta o tédio de escrever que é uma dor de cabeça danada! Imensamente insatisfeito com a situação daquele momento, resolvi abandonar a caneta por alguns dias. Fui fazer outra coisa da vida. Porém, passados alguns meses.

Saiu um edital de convocação para um concurso de literatura em uma cidade próxima a que eu resido. Aproximadamente uns 50 km. O edital falava sobre inscrição, publicação e despesas postais, tudo grátis. Um concurso do jeito que eu havia procurado alguns meses atrás. Mas, eu estava na época tão cheio de ódio, que me lembro de ter pensado: eu não vou participar não, quando procurei não achei, também não quero mais. E não participei. Entretanto, o duro não foi não ter participado.

A pedrada que me machucou bastante depois, foi saber que não houve quase ninguém escrito na categoria que eu pretendia me inscrever. Pra ser um escritor sincero, só cinco pessoas se inscreveram para o gênero conto. Fiquei com um ódio de mim tão grande naquele momento. Porém, depois a enorme tristeza tomou conta da minha alma. E por alguns dias o arrependimento que não parava de me perturbar intensamente.

Perturbou-me tanto que foi capaz de me fazer refletir muito sobre o ocorrido. Foi quando percebi o outro lado da moeda. Percebi o que antes eu não conseguia ver. Que eu queria ganhar algum concurso ou prêmio literário como forma de reconhecimento pelo trabalho da escrita que desenvolvo ao longo dos anos. Queria! Que profissional não gostaria de ganhar um concurso ou prêmio na sua área de atuação? Isso colocaria qualquer um pra cima.

Seria uma grande injeção de animo e alegria. O problema é que eu queria isso naquele tempo de qualquer jeito. Tanto, que não observei o outro lado. Se eu tive a maior luta para encontrar o que eu procurava, imagina os idealizadores do projeto do concurso! Que problemas, que dificuldades, barreiras e obstáculos eles tiveram que atravessar e pular para tornar aquele sonho realidade? O mínimo que eu poderia ter feito, era participado. Independente de ganhar ou não.

Seria uma forma de respeito e reconhecimento ao trabalho dos organizadores do concurso. Mas, infelizmente meu egocentrismo me cegou através do ódio e não permitiu que eu pudesse ver e dá valor as coisas ao meu redor. E quando me refiro ao meu redor, não me refiro só ao concurso, mais, também as pessoas que me dão valor e a minha família entre outras metas que eu tinha na vida.

Felizmente, por meio do arrependimento e da dor, aprendi a dá mais valor as oportunidades e a vida como um todo. Passei a enxergar ainda mais que as ideias para virar sonhos têm todo um caminho estreito e cheio de espinhos. Por isso, o conselho que deixo é: estejamos sempre atentos e humildes, porque uma hora a oportunidade irá chegar. Ela sempre chega. Ou cedo ou mais tarde. Mas, sempre chega.