Gilson Silva de Lima
Há muito tempo houve-se falar que
a educação brasileira está de mal a pior. Que os alunos não aprendem o que
deveriam aprender. Porque não há um planejamento estratégico para arcar com uma
estrutura de ensino bem melhor que a atual. Sim, realmente sabemos que a
educação tem muitas mazelas que precisam ser sanadas. Mas, um ponto crucial, é
saber para que a educação brasileira atual queira formar o discente.
Por essa linha de raciocínio,
duas correntes de pensamentos se divergem. Uma que procura tornar o aluno um
ser consciente e autônomo em suas decisões (um cidadão consciente de deveres e
obrigações) e outra que mostra e passa a ideia de que a posição social e o
consumismo desenfreado são tudo que importa na vida (A felicidade só é possível
por meio do consumismo exagerado). A primeira tem menos força do que a segunda.
Até porque o sistema é
capitalista. O que fortifica a segunda e a transforma em algo cultural. A
primeira por mais que excelentes educadores brasileiros lutam tanto para
implanta-la, digamos que de forma abrangente, não conseguem. Isso porque ela se
torna difícil para os alunos a aceitarem por completa. Por causa de muitas
forças externas ao espaço de ensino, e, até mesmo o local de ensino contribui
para o processo.
Outro fator importante, é que ser
um cidadão, parece não ser algo tão bacana no Brasil atual. Principalmente,
porque “tudo” se resolve com dinheiro e não com honestidade. Levando em
consideração esses aspectos os alunos captam melhor a ideia de se formar para
ter somente um bom emprego, comprar carros, mansões, etc... O que não é uma
forma de pensar totalmente errada. Já que o sistema é capitalista. E porque não
dizer, fortemente capitalista.
O problema está em saber o limite
do poder de compra. Em saber que nem tudo deveria ser comprado como a gente
percebe que acontece hoje na cultura brasileira. Que o dinheiro é algo que
também somem. Uma hora a pessoa terá que aprender a viver sem ele. Nem que seja
por um tempo. Mas, infelizmente os alunos não aprendem isso nas escolas públicas.
Pelo contrário, viram verdadeiros consumidores. Desde pequenos lhe são
ensinados que devem pagar pelo material escolar, pelo simulado, pela prova,
etc...