quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O que a educação brasileira forma? Cidadão ou consumidor?


Gilson Silva de Lima

Há muito tempo houve-se falar que a educação brasileira está de mal a pior. Que os alunos não aprendem o que deveriam aprender. Porque não há um planejamento estratégico para arcar com uma estrutura de ensino bem melhor que a atual. Sim, realmente sabemos que a educação tem muitas mazelas que precisam ser sanadas. Mas, um ponto crucial, é saber para que a educação brasileira atual queira formar o discente.
Por essa linha de raciocínio, duas correntes de pensamentos se divergem. Uma que procura tornar o aluno um ser consciente e autônomo em suas decisões (um cidadão consciente de deveres e obrigações) e outra que mostra e passa a ideia de que a posição social e o consumismo desenfreado são tudo que importa na vida (A felicidade só é possível por meio do consumismo exagerado). A primeira tem menos força do que a segunda.
Até porque o sistema é capitalista. O que fortifica a segunda e a transforma em algo cultural. A primeira por mais que excelentes educadores brasileiros lutam tanto para implanta-la, digamos que de forma abrangente, não conseguem. Isso porque ela se torna difícil para os alunos a aceitarem por completa. Por causa de muitas forças externas ao espaço de ensino, e, até mesmo o local de ensino contribui para o processo.
Outro fator importante, é que ser um cidadão, parece não ser algo tão bacana no Brasil atual. Principalmente, porque “tudo” se resolve com dinheiro e não com honestidade. Levando em consideração esses aspectos os alunos captam melhor a ideia de se formar para ter somente um bom emprego, comprar carros, mansões, etc... O que não é uma forma de pensar totalmente errada. Já que o sistema é capitalista. E porque não dizer, fortemente capitalista.
O problema está em saber o limite do poder de compra. Em saber que nem tudo deveria ser comprado como a gente percebe que acontece hoje na cultura brasileira. Que o dinheiro é algo que também somem. Uma hora a pessoa terá que aprender a viver sem ele. Nem que seja por um tempo. Mas, infelizmente os alunos não aprendem isso nas escolas públicas. Pelo contrário, viram verdadeiros consumidores. Desde pequenos lhe são ensinados que devem pagar pelo material escolar, pelo simulado, pela prova, etc...