quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Reinventar a simplicidade


Gilson Silva de Lima

Sentado no banco da praça, Giuliano estava triste! Com os semblantes pálidos e os olhos avermelhados. Quando se aproximou Marinho, companheiro de longas jornadas, desde tempos de 1ª série na escola. Depois dos cumprimentos formais, Marinho perguntou:
- Como vão as coisas?
Giuliano respondeu:
- Não tão boas!
- Por quê?
- Sabe Marinho, ando triste com a forma como o mundo está, como as pessoas vivem suas vidas nesse planeta moderno!
- Como assim amigo?
- Lembra-se do nosso tempo de criança?
- Sim!
- Como era?
- Brincávamos muitas brincadeiras divertidas!
- E o que mais?
- Tínhamos temor e respeitávamos nossos pais e nossos professores.
- Sim, mais falta mais.
- Resumindo: a vida era mais simples.
- Exatamente, Marinho agora você chegou a onde eu queria. Simplicidade. Olha para essa praça Marinho o que você ver?
- Pessoas plugadas na internet, usando seus celulares, tabletes e notebooks. Ninguém dialoga mais com ninguém. Ninguém respeita ninguém...
- É Marinho, precisamos reinventar a simplicidade, o mundo está doente...
(...)



Infelizmente é a realidade


Gilson Silva de Lima


Outro dia, Amadeu dialogava com Amaral sobre suas telas arduamente pintadas. Quadros que merecem uma exposição digna em uma galeria de arte. Porém, as coisas não funcionam assim: “Merece um lugar na galeria, pronto. Ou, ponto final. Agora a exposição já está encaminhada, convida o povo para apreciar”.
Amadeu aprendeu bem a lição, depois de ter suas obras rejeitadas numa galeria que não era tão digna de fazer uma exposição dos quadros tão caprichados que ele havia pintado. Mas, a verdade é, seja numa galeria famosa ou quase anônima, o que predomina é a fama e o capital.
Como em todo “lugar”, ele é a mola que sustenta o mundo. Mesmo o mundo das artes que deveria ser de sensibilidade e compreensão. Deveria. Porque no fundo o que importa para grandes donos de galeria é dinheiro. Muito dinheiro. Sei que nem todo artista tem essa visão de homem capitalista, mas a maioria sim. E dão muita verba pra ter seus quadros em destaque em galerias de artes. Infelizmente é a realidade.