Gilson Silva de Lima
Um dia quando eu passeava a beira
rio, ouvi um grito:
- Ei amigo! Olá amigo!
Na mesma hora, tudo dentro de mim
estava sorrindo. Sem que minha face demonstrasse. Então, respondi com um:
- Como vai?
Batemos um papo e depois cada
qual seguiu seu caminho. Enquanto fiquei só, sentei sobre uma grande pedra e
fiquei a meditar em relação algumas coisas engraçadas. A que mais me veio à
mente foi à amizade.
Meditei sobre o encontro meu com
o individuo. Pensei no impacto da palavra amigo. E senti e cheguei à conclusão
que ela, não me emocionava mais como antes. Como poderia, se a confiança se
perdeu?
Se o que algum dia foi belo, se
quebrou? Mesmo colando, nunca será igual ao original. Olha que o individuo um
dia eu cheguei a considera-lo muito mais que um amigo, um irmão do peito.
Alguém que eu poderia confiar
para todas as horas. Que ilusão! Que sonho doido foi e ainda sonhei acordado!
Mas, a vida me fez acordar com um baita tapa na cara. E bota tapa nisso!
Quando comecei a entender o
quanto a maioria das pessoas que estavam ao meu lado eram todas falsas, entendi
a realidade do mundo. Entendi até os poemas de Augusto dos Anjos, que tanto
havia lido tentando decifrar, o enigma se revelou na hora.
O que é pior? É que a pessoa não
tem nem a delicadeza de procurar:
- Como está nossa amizade? Está
bem?
Chega à maior cara de pau me
chamando de amigo. Como se ela não tivesse feito nada pra me machucar. Ou
melhor, se revelar quem realmente ela é.
Nesse momento até lembro-me de um
conselho que ouvi em algum lugar de alguém:
- Tome cuidado com a palavra
amizade, pois ela mais irá te destruir, do que te edificar. Creio que o caminho
é esse. E falo isso por experiência própria.